NO PAST, NO FUTURE: THE PRESENT IS LOOPED 
Ana Leonor Madeira Rodrigues, Anabela Soares, Cláudia R. Sampaio, Inês Brites, Mariana Gomes, Miguel Branco, Paulo Quintas, Pedro Cabral Santo, Suzy Bila
Curadoria de Victor Pinto da Fonseca
NO PAST NO FUTURE: THE PRESENT IS LOOPED
20 Novembro – 29 Janeiro 2022
O meu campo, diz Goethe, é o tempo.
Desde as suas origens a arte tem sido o elemento regulador entre um antes e um depois. Mas, “no past no future - the present is looped”, não trata de dissertar sobre o tempo, antes pretende recordar como a arte pode dar uma forma alternativa de reflectir mais integrada, de encontro, que permite oferecer soluções de igualdade na diferença. E como a arte pode ajudar a estimular a empatia social e afectiva. A arte e só a arte, diz Nietzsche, resta-nos a arte para não morrermos de verdade.
E é bem isso a arte.
“no past no future - the present is looped” não está interessada em subordinar a arte a um moralismo; todo o contexto histórico da arte é muito complexo: nenhum significado é irrefutável. Mas, numa época em que a cultura é totalmente mediada por tecnologias de informação e microelectronica, por meio de computadores pessoais, internet e e-mail, novos medias, que estão a criar mudanças na dinâmica da arte, modificando, por consequência, as experiências estéticas tradicionalmente clássicas — Em contramão do conceito new media, dos ambientes multimedia, caracterizados por ambientes que envolvem o espectador em experiências multi-sensoriais, “no past no future - the present is looped”, procura uma experiencia de 'percepção estética' que é um dos legados da Alta Arte; ao mesmo tempo, a exposição investe em lugares muito particulares, entre arte e craft, entre arte e também a interioridade da saúde mental, entre arte e diáspora africana. (Se o discurso eurocêntrico molda a história de arte portuguesa e a imaginação dela, o que acontece com a arte contemporânea da diáspora negra?)
Além disso, é privilegiando a diversidade e a inclusão, que fica claro que podemos quebrar com as convenções que permanecem dominantes: Essa liberdade superior, de reverter a perspectiva canónica, é exactamente o espaço que “no past no future” tenta representar: E, uma forma de fazer isso, é incluir e dar poder de reconhecimento a artistas sub-representados (um universo inesgotável em quantidade) dentro do cânone convencionado da arte contemporânea, colocando-os no centro, ao lado de artistas dos mais conhecidos e bem representados em galerias, coleções privadas, museus e instituições.
“no past no future - the present is looped” relaciona artistas pouco visíveis (ou difíceis de encontrar sem alguma pesquisa), como a Suzy Bila, a Ana Leonor, e ceramistas contemporâneas como a Anabela Soares e a Claudia R. Sampaio, com artistas com bastante visibilidade e bem referenciados como o Miguel Branco, o Pedro Cabral Santo, o Paulo Quintas, e as muito jovens Mariana Gomes e Inês Brites; a exposição permite criar dinâmicas distintas; mas que todos esses diferentes estilos e sensibilidades seja o prazer de encontrar/ descobrir uma exposição acima de tudo baseada no conceito intencional que a arte em todos os lugares se faz mais de diversidade do que de homogeneidade. Com efeito, são menos as conclusões idênticas que fazem as inteligências parentes do que as contradições que lhes são comuns. O mesmo acontece com a arte e com a criação. 
 Victor Pinto da Fonseca
 

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